O encontro


Já passava das vinte três horas e eu estava ali, sentada, com as pernas doídas por causa da baixa temperatura que fazia, com o fone nos ouvidos eu escutava no volume máximo minhas músicas melancólicas, a espera de um alguém que ficou de vir há horas atrás, o telefone ao lado sem nenhuma chamada, sem nenhuma mensagem, sem nenhum recado avisando do atraso.

Desde que sai de casa estava apreensiva por este encontro, por causa do afastamento repentino que teve minha relação com Danen, lá no fundo eu esperava algo bom, como dar mais um passo no nosso compromisso, porém meu coração insistia em ficar angustiado esperando algo indesejado.

Eu já não agüentava mais aquele lugar que aos poucos ia ficando repleto de casais de namorados, para onde eu olhava era gestos de carinhos, de amor, de felicidade, e eu ali, feito alguém perdida que não sabe o rumo ao qual tomar, na verdade não sabia mesmo, queria ir pra casa colocar a cabeça embaixo do travesseiro e esquecer o convite para uma conversa séria que meu namorado havia me feito.

Aquela praça onde era lugar fixo de encontros, de conversas jogadas fora com amigos, de altas madrugadas, agora estava sendo um castigo para mim. Foi ali que tudo começou, com uma brincadeira de amigos, foi ali que reparei que aquele menino chato que me importunava sempre, mexia comigo de uma forma que eu não sabia explicar e por tudo vivido ali, eu imaginava que esse encontro só iria aumentar as minhas lembranças de momentos inesquecíveis.
O meu telefone toca, era ele. Atendi ofegante e perguntei onde ele estava, com uma voz estranha me respondeu, “em casa”. Eu fiquei furiosa e perguntei se ele havia se esquecido do nosso encontro, tentando me enrolar me pediu desculpas e que me ligaria pra conversar outra hora, porque agora ele estava ocupado e desligou.

Ouvi uma voz atrás dizendo “já volto”, não reconheci, mas percebi que era de uma menina. Pensei em ligar e perguntar quem era, ou até mesmo xingá-lo por ter me feito de boba, mas meu cansaço era maior e eu preferi ir pra casa.

Levantei e me dirigi ao portão de saída da praça, quando de repente avisto alguém conhecido, não consegui decifrar bem por causa do escuro, me aproximei mais e, era ele, Danen. Resolvi ir ao encontro dele, mas quando percebo uma menina havia chegado primeiro que eu, com um copo de chocolate quente e pipoca, típico encontro de namorados, amantes, ficantes?

Há essa hora eu não conseguia mais imaginar nada, só conseguia chorar, então corri até o fim da praça e lá de longe olhei pra trás, com minha cabeça latejando de dor e meu coração incurávelmente machucado eu testemunho a covarde traição e o encontro que não era comigo. Ele, sem reação ao me ver e ja abraçado em outra, estende seu braço em minha direção. Só lembro-me de ver, antes de seguir meu caminho, uma lágrima reluzente vinda de seus olhos!
Comentários
9 Comentários

9 comentários:

  1. bela concorrente, texto muito bom. desejo sorte , pra gente !

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  2. Ah, que lindo. Deveria escrever um livro senhorita Juliane Bastos -.- HSIAUHSIA

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  3. Gostei, um tanto triste, mas fecho bem. Abraço!

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  4. Perfeito, ah , eu realmente me emociono com blogs como o seu, parabéns, perfeito !

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  5. Nossa nem sei qual seria minha reação :/
    muito triste isso. mas fiquei na dúvida se ele tava traindo mesmo ela :B

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  6. Uma situaão bem difícil essa.
    Você escreve muito bem, parabéns.

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  7. será que ele tava traindo ela mesmo ? tmb fiquei em dúvida, rsrsrsrsrs

    ótimo texto, boa sorte lá (y)

    beijos Ju

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  8. Triste mas belo.
    São sentimentos e momentos que trazem dor mas querendo ou não sempre acontecem, dores de amor que resultam em lágrimas, sempre.

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Att. Juliane Bastos


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