Aquele lugar

Setembro e lá estava ela, depois de alguns meses no mesmo lugar, naquele lugar que havia se sentido tão feliz, o lugar dos encontros marcantes, daquelas promessas feitas, como voltar lá todos os dias 12, não importando a estação, de todas as confissões que tinham apenas as flores como testemunhas. 

Lá ela ouviu palavras sinceras, sentiu o gosto de um amor ainda inexplicável, amor esse que a vida cruelmente a tirou. É já passou algumas primaveras, mas a cena do primeiro dia é muito visível.

Hoje ela volta ao mesmo lugar e pra sua alegria as flores estão mais lindas, o perfume penetrante a faz chorar de saudade, e a chegada da primavera torna tudo mais vivo, até que ela mesma é, porque seu coração parece que a cada pulsar irá parar.

As lembranças tomam conta de cada flor, o calor incessante do sol a faz lembrar das tardes passadas ali. De toda a alegria que aquele ser a proporcionava.

Voltar e sentir todos os momentos vividos não era a melhor das intenções, mas seu coração a implorava pra isso. Talvez hoje, ela consiga voltar para seu mundo e ter na mente só os bons momentos e tirar as cenas daquele trágico acidente da sua cabeça, cenas essas que duramente a acompanha junto da culpa por não ter conseguido o salvar.

A primavera passada tinha lhe proporcionado muitas alegrias, diferentemente dessa, onde nem bem havia chegado e ela já tinha perdido parte de si, onde ela havia perdido o amor.