O poder de uns olhos negros


Admiro tua imagem antiga
Preto e branco somente ferida
Em um rosto singelo
De traços fortes e belo

Olha a vida nos olhos nus
Onde tua direção conduz
Sem saber o destino certo
Caminha, de olhos bem abertos

Teu olhar ilumina a imensidão
De toda a minha escuridão
Causam medo, são inofensivos
Os tenho como atrativos

Rosto bem desenhado
Com carinho foi banhado
Sem pressa esculpido
Por algum anjo vivido

De tua pele fizeram tecido
O veludo tenha nascido
Com a suavidade ao tocar
Seu sorriso parece cantar

Encontro em teus lábios a ternura
Em teus olhos a imensidão
Mostrando-me toda a bravura
Deste sofrido coração

Com uma mecha a deslizar
Os pensamentos vivem a vagar
Nos longos cabelos escuros
Cheios de sentimentos puros

Consegue me hipnotizar
Com o poder de teus olhos negros
Beleza sem igual a olhar
Um presente dos Deuses gregos

Fico a imaginar como seria
Se teu olho ali permaneceria
A me olhar incessantemente
Com uma paixão ardente

São dois olhos que nunca vão se tocar
Donos de uma alma inspirada
Em pensamentos vive a vagar
Nesse mundo, amedrontada

Posso ver nas retinas escuras
Os sentimentos que procuras
Sem titubear no amanhecer
Abre eles para a vida viver

De boca fechada e cerrada
Com um simples tope rosa
Foste eternamente amarrada
Nessa moldura tão formosa

Te emoldurei em minhas retinas
Para acompanhar minhas duas meninas
Que trago desde que a este mundo vim
Meus olhos menina, a trouxeram para mim

Esconde a mão direita
Relembrando o passado
Com uma frase bem feita
Por ti me sinto abraçado

Ontem queria ver a lua
Não tinha nem a face tua
Apenas tua imagem a sussurrar
Com a fita rosa tentando me amarrar

Fita em forma de tope macio
Fica a esconder esta boca pequena
Que não sai nenhum pio
Dos lábios desta morena

Queria eu apenas uma vez
Dizer que esse laço se desfez
Tocando em tua mão doce
Levaria te para onde fosse

Estes olhos negros têm o poder
De ao olhar me paralisar
Não controlo meu ser
Não consigo ao menos respirar

Dois olhos negros em uma face
São da alma o disfarce
Em um gesto desigual
Emoldurando um ser imortal.


Este poema foi escrito por Diôzer Dias. Amei cada palavra, obrigada amor. ♥                                                 
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