Típica noite de outono, lá fora uma fina brisa anunciava que já havia passado das vinte horas. Sobre minhas mãos meu diário antigo, uma caneta quase sem tinta e meus pensamentos mais uma vez em conflitos.
Já fazia mais de quarenta minutos que eu mantinha o mesmo embalo, naquela rede antiga que ficava na varanda.
Ao meu lado uma xícara de chocolate quente pela metade, que pelo tempo foi esfriado, assim como foi esfriado meu coração.
No céu raras estrelas mantinham o compromisso de iluminar a noite, raras, distantes umas das outras, por isso solitárias. Me sentia como elas, distante do que mais necessitava naquele momento, estando ali apenas para manter a rotina de todas as noites.
No MP3 tocava todas as músicas que faziam minhas lágrimas transbordarem e inundarem por completo meu rosto.Não adiantava dar pause, elas continuavam a tocar em meus pensamentos. Elas eram minhas únicas companhias e isso por mais estranho que fosse, me fazia bem.
Eu evitava qualquer contato com o mundo interno, fosse ele minha casa, meu quarto, minhas coisas pessoais, pois todas elas me traziam aquelas torturantes lembranças de você, de nós.
A todo o momento eu imaginava você atravessando a rua e vindo em minha direção, com as mãos suadas e o coração aos pulos, errando cada palavra do seu pedido de perdão.
Sobre as mãos no rosto eu implorava para acordar daquele momento de ilusão. Você havia me deixado, sem nenhuma das duas respostas para minhas únicas perguntas. Acabou? Por quê?
O tempo havia passado, meses sem fins foram tornando aquele vazio dentro de mim ainda maior.
Você era o cara perfeito, sim, perfeito. Não havia defeitos em você que eu não pudesse gostar e nem qualidades que eu pudesse enjoar. Era tudo, foi tudo, agora é nada. Pelo menos é isso que eu penso todos os dias, com a esperança que eu me acostume que o meu amor não foi o suficiente.
Saio da rede, renovada para mais um final de noite, já passa das vinte três horas e eu me sinto bem, mas uma vez as lágrimas foram meu melhor refugiu e os pensamentos meu consolo que tudo acabou verdadeiramente.
De hoje em diante não quero ninguém perfeito, quero alguém cheio de defeitos, igual a mim. Talvez assim, eu possa entender o outro pensando em mim primeiro.
Sem que eu pudesse notar, aqueles pensamentos tinham sido em voz alta.
Quando estou indo em direção a porta principal de minha casa, ouço passos naquela escuridão, no momento o receio de ser qualquer pessoa ruim e com má intenção fez meu corpo tremer de medo.
Apertei o passo, mas a porta parecida cada vez mais distante, ao colocar a mão sobre a maçaneta ouço meu nome sendo pronunciado da forma mais calma e mais carinhosa.
Ao virar-me meus olhos são deparados com olhos castanhos de uma intensidade que eu não conseguia suportar.
- Quem é você ? - pronuncio de forma agressiva.
- Prazer, eu sou um cara cheio de defeitos. - ele, um estranho respondeu.
- E o que eu tenho haver que você é um cara cheio de defeitos? - respondi ainda mais agressiva, mas muito incomodada com aquela presença.
- Desculpa, me chamo na verdade de Tierry. Sou seu novo vizinho e estou aqui desde a hora que você chegou na rede com os olhos já marejados e com um coração não suportando tamanho sofrimento e eu estou aqui pra te ajudar, pois acho que temos algo em comum.
Nenhuma palavra consegui pronunciar, ele já sabia de tudo que eu sentia.
Em segundos lá estava eu sobre os braços daquele desconhecido que sabia muito de mim e eu nada sabia sobre ele. Não sei o que havia acontecido, mas aquela atração, carinho, envolvimento era mais forte do que aqueles meus pensamentos.
Eu novamente chorei, mas agora eu tinha alguém para chorar comigo, talvez um novo amigo, um novo amor, somente uma certeza, de que era um sentimento desconhecido.
Juliane, embora fictício, são excelentes essas palavras, na realidade, por vezes precisamos de um ombro amigo, nem sempre ele está junto de nós!
ResponderExcluirBeijo,
Rui Pires - OLHAR D'OURO - Portugal
muito bom. gostei, é ficticio mais pareceu tão real .!!
ResponderExcluirCARA, qe lindo.. gostei mto ^^
ResponderExcluir- quando cheguei a um certo ponto do conto, corri a barra de rolagem até o final, na esperança de ser, de fato, um simples conto. QUE SUSTO VOCÊ ME DEU, JUH. haha
ResponderExcluirestá maravilhoso, não tem nada melhor do que encontrar conforto em alguém, seja ele quem for.
beijos flor ;@@@
Se você não dissesse que era ireal, eu teria certeza que era totalmente real.
ResponderExcluirLindo e cheio de sentimento. Emoções saltando do papel. Simplesmente adorei.
Beijos Ju.
Sempre Ju, amo seus textos! Grande beijos
ResponderExcluirJu, fico muito honrado pelo selo e pela lembrança do meu blog. amo vir aqui e ler teus textos cheios de sentimentos! desejo-te tudo, tudo de melhor nessa terra!
ResponderExcluirabraços
As vezes é bom deixar a imaginação viajar e escrever contos assim. E como sempre está completamente lindo o seu conto.
ResponderExcluirhttp://destinazioneparadiso1.blogspot.com/
Se você não dissesse que era irreal, não iria nunca desconfiar.Fala e descreve com tanta clareza que parece que você esta passando por isto,amei moça! Muito sucesso ai :)
ResponderExcluirTUAS PALAVRAS SEMPRE ME SURPREENDEM. QUE MARAVILHA DE CONTO.
ResponderExcluirNice! Só queria responder. Eu amava profundamente o seu post. Continuem o grande trabalho sobre juliane-bastos.blogspot.com.
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